Infelizmente, recaídas após períodos longos de internação ou mesmo depois de várias internações não são incomuns principalmente entre graves dependentes de substâncias psicoativas.

A Síndrome de Dependência de Substâncias, como cocaína/crack, é uma doença crônica e necessita de tratamento e monitoramento contínuos. Mesmo depois de internações, até aquelas por longos períodos, o indivíduo dependente não deve deixar de tratar-se ou mesmo de procurar atendimento especializado, bem como seus familiares.

A internação de forma alguma torna o indivíduo “curado” da síndrome de dependência; a internação é mais uma das formas de tratamento médico para essa grave doença.

 Por mais que tenha sido oferecido um atendimento profissional, multidisciplinar e, principalmente, personalizado ao dependente, a complexidade da mente pode ser traiçoeira.

Desse modo, determinadas situações pelas quais a pessoa passa, mesmo que esteja reabilitada, podem causar as recaídas.

Além disso, de acordo com a gravidade do vício e dos danos que ele já provocou pode se realmente muito difícil e complicado chegar a uma cura completa.

Por causa de todas essas variáveis, portanto, voltar à reabilitação mais de uma vez é fundamental for quando necessário.

Nesse sentido, é importante dizer que existe a possibilidade ainda do dependente não ter sido enviado para uma clínica capacitada a atendê-lo de forma adequada.

Por isso, é de extrema relevância avaliar bem quais as opções existentes para escolher uma instituição que realmente esteja apta a oferecer o melhor tratamento possível a quem precisa.

 Como funciona o tratamento para recaídos

Quando o tratamento para recaídos inicia, é preciso que o paciente passe pelas mesmas etapas do atendimento anterior, que de forma geral compreende as seguintes fases:

  • Desintoxicação intensiva
  • Reabilitação individualizada
  • Conscientização quanto à dependência

Embora haja a necessidade de passar pelo mesmo processo, médicos, terapeutas e enfermeiros que integrarem a equipe do tratamento para recaídos devem conhecer o histórico do paciente e focar o seu trabalho na recaída.

Dessa forma, o mais comum é que o tratamento em si sofra mudanças, inclusive, quando os responsáveis optam por novas abordagens.

Além disso, os profissionais encarregados de avaliar os aspectos comportamentais e emocionais do paciente precisam investigar o que desencadeou a recaída.

Quanto aos profissionais responsáveis pela saúde física do paciente, eles também devem fazer o mesmo, já que o motivo pode ter caráter fisiológico.

Em alguns casos, a equipe multidisciplinar elege atender de forma separada a pessoa que sofreu a recaída, de modo que ela não participe dos mesmos grupos onde estão os dependentes que estão sendo tratados pela primeira vez.

Causas da recaída depois de tratamento para dependentes

Existem muitas as razões que podem levar uma pessoa a ter uma recaída depois da sua reabilitação. Como já foi citado, existe a possibilidade de algum fato ou acontecimento desencadear o vício na pessoa ou mesmo quando ela foi tratada por uma instituição que não ofereceu o melhor e nem o adequado atendimento.

Além disso, cabe ressaltar que, em muitos casos, a recaída faz parte da doença do dependente químico, ainda mais quando o problema se torna crônico.

E mais, assim como funciona com o alcoólatra, que nunca deixa de o ser, com a diferença que depois do tratamento ele apenas aprende a controlar o vício, o mesmo acontece com o usuário de drogas.

Isso significa que não existe para o dependente uma dosagem de álcool ou de drogas segura.

O vício vai permanecer no seu organismo, o que a reabilitação proporciona é o controle para não usar mais a substância.

Por isso, se diz que o tratamento é contínuo e para o resto da sua vida.

É uma batalha diária, que com a ajuda certa pode se tornar mais tolerável e, assim, a pessoa pode viver com qualidade e expectativa de uma vida normal.